quinta-feira, 27 de outubro de 2011

OSWALDO DE CAMARGO
EM MAIO
Já não há mais razão de chamar as lembranças
e mostrá-las ao povo
em maio.
Em maio sopram ventos desatados
por mãos de mando, turvam o sentido
do que sonhamos.
Em maio uma tal senhora liberdade se alvoroça,
e desce às praças das bocas entreabertas
e começa:
"Outrora, nas senzalas, os senhores... "
Mas a liberdade que desce à praça
nos meados de maio
pedindo rumores,
é uma senhora esquálida, seca, desvalida
e nada sabe de nossa vida.
A liberdade que sei é uma menina sem jeito,
vem montada no ombro dos moleques
e se esconde
no peito, em fogo, dos que jamais irão
à praça.
Na praça estão os fracos, os velhos, os decadentes
e seu grito: "Ó bendita Liberdade!"
E ela sorri e se orgulha, de verdade,
do muito que tem feito!


     Este poema ,"Em maio" de Oswaldo de Camargo  descreve a epóca da abolição da escravatura ocorrida em 13 de maio de               , assinada pela Princesa Isabel. Neste poema percebe-se  que o eu lírico é negro então temos uma visão mais realista da epóca abolicionista, a liberdade neste poema não é tratada como apenas uma conquista dos negros, o poema nos mostra que a liberdade deveria ser algo bom para eles mas foi ''uma senhora esquálida, seca, desvalida e nada sabe de nossa vida.''  e logo nos ultimos versos do poema ela diz que ela se orgulha e sorrir mas de nada valia essa liberdade se ainda havia o preconceito

    Rebeca lorena Valença GOmes.

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