terça-feira, 1 de novembro de 2011

LINHAGEM



Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Me envia mensagens do orum
Meus dentes brilham na noite escura
Afiados como o agadá de Ogum
Eu sou descendente de Zumbi
Sou bravo valente sou nobre
Os gritos aflitos do negro
Os gritos aflitos do pobre
Os gritos aflitos de todos
Os povos sofridos do mundo
No meu peito desabrocham
Em força em revolta
Me empurram pra luta me comovem
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim
Eu trago os duros punhos cerrados
Cerrados como rochas
Floridos como jardins


Comentário: No poema "Linhagem" (acima), através do verso "Eu sou descendente de Zumbi", o poeta evoca uma ancestralidade que tem a ver com a trajetória de batalhas dos afro-descendentes no Brasil. Uma trajetória cujas raízes remontam a Palmares e ao guerreiro que melhor simbolizou a trajetória do quilombo, e que atualmente consta do panteão oficial dos heróis brasileiros.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Linhagem

 LINHAGEM

Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Me envia mensagens do orum
Meus dentes brilham na noite escura
Afiados como o agadá de Ogum
Eu sou descendente de Zumbi
Sou bravo valente sou nobre
Os gritos aflitos do negro
Os gritos aflitos do pobre
Os gritos aflitos de todos
Os povos sofridos do mundo
No meu peito desabrocham
Em força em revolta
Me empurram pra luta me comovem
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim
Eu trago os duros punhos cerrados
Cerrados como rochas
Floridos como jardins


Comentário: No poema "Linhagem", o poeta evoca uma ancestralidade que tem a ver com a trajetória de batalhas dos afro-descendentes no Brasil. 
Situa-se na esfera de um ser envolvido comum a religiosidade tradicional africana. E confessa que as suas características advêm de sua origem e dela resulta uma espécie de missão que ele temde cumprir.

Por:. Rebeca Maia

Cadernos Negros e melhores poemas com a sua historia

O livro Cadernos Negros e Melhores Poemas traz textos escolhidos dos dezenove primeiros volumes da série. Os poemas têm raízes ancestrais e desenvolvem a reflexão poética sobre a vida e a cultura dos afro-brasileiros, deixando o livre-pensador em posição de vôo. A poesia contida nesta obra aloja-se em nossa alma, em nossos desejos.

Os textos mostram uma fase especialmente interessante da poesia: sua dimensão social e histórica, a qual é expressa pela abordagem que se faz da verdadeira história dos afro-brasileiros, uma história extraída dos subterrâneos da memória.

Os poetas também mergulham em vários temas, como a fome, o feminismo, a violência urbana, a batalha das classes excluídas e o preconceito racial contido nas relações humanas do dia-a-dia. Mas é, sobretudo, na mobilização das energias voltadas para a celebração da vida, para a exaltação da continuidade de lutas, sonhos, esperanças e amores, é aí que se encontra a força dos poemas, com seus versos polirrítmicos, com sua variadas formas, com sua musicalidade herdada de tradições africanas.

Cadernos Negros - Linhagem (Carlos Assumpcão)

        Eu sou descendente de zumbi
        Zumbi é o meu pai e meu guia
        Me envia mensagens do orum
        Meus dentes brilham na noite escura
        Afiados como o ogadá de ogum  
        Eu sou descendente de zumbi
        Sou bravo valente sou nobre
        Os gritos aflitos do negro
        Os gritos aflitos do pobre
        Os gritos aflitos de todos
        Os povos sofridos do mundo
       No meu peito desabrocham
       Em força em revolta
       Me empuram para luta me comovem 
       Eu sou descendente de zumbi
      Zumbi é meu pai e meu guia
      Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim
      Eu trago os duros punhos cerrados
      Cerrados como rochas
      Floridos como jardins

           Obs: Nesse poema Linhagem o verso ele comentar sobre o descendente zumbi  que é considerado um dos grandes lideres de nossas historia . Simbolos da resistencia e luta contra a escravidão uma tragetoria cuja de descendente e suas raizes remotam a palmares a guerreiro que melhor mais simbolizou a tragétoria do quilombo .

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

TEIMOSA PRESENÇA

LEPÊ CORREIA

TEIMOSA PRESENÇA

Eu continuo acreditando na luta
Não abro mão do meu falar onde quero
Não me calo ao insulto de ninguém
Eu sou um ser, uma pessoa como todos
Não sou um bicho, um caso raro
ou coisa estranha
Sou a resposta, a controvérsia, a dedução
A porta aberta onde entram discussões
Sou a serpente venenosa: bote pronto

Eu sou a luta, sou a fala, o bate-pronto
Eu sou o chute na canela do safado
Eu sou um negro pelas ruas do país.


Neste poema o eu-lírico relata a sua luta e jornada cotidiana, mostrando que corre atras dos seus ideais, ultrapassa obstáculos sem perder a essência racional,discutindo fatos, buscando um melhor tratamento da sociedade para com o negro.

Por Caroline Galvão.

Historico "Cadernos Negros - Os melhores poemas"

Em 1978 surgiu o primeiro volume da serie "Cadernos Negros" era bem pequeno, Apresentava apenas 52 páginas com poemas de 8 poetas que dividiram os custos do livro entre si.O livro agradou a quem o leu, Desde então é lançado um volume por ano. Em 1998 já então reduzido a três componentes, Esmeralda, Márcio e Sonia, o Quilombhoje publicou três livros: Cadernos Negros - os melhores poemas, Cadernos Negros - os melhores contos e Frente Negra Brasileira (depoimentos), de Márcio Barbosa. Cadernos Negros – Os Melhores Poemas que contém poemas dos 19 volumes anteriores, têm raízes ancestrais e desenvolvem a reflexão poética sobre a vida e a cultura dos afro-brasileiros.Destacam-se escritores como Geni Guimarães, Carlos de Assumpção, Arnaldo Xavier, Oliveira Silveira, José Carlos Limeira, Paulo Colina, Abelardo Rodrigues, Jônatas Conceição da Silva, Roseli Nascimento, Conceição Evaristo, Ramatis Jacino, Lepê Correia, Landê Onawale e tantos outros.

Batuque


  ''Batuque'
(Dança afro- titense)
"Tenho um tambor Tenho um tambor Tenho um tambor
Tenho um tambor Dentro do peito Tenho um tambor
E todo enfeitado de fitas Vermelhas pretas  amarelas e brancas
Tambor que bate
Batuque batuque bate
Tambor que bate
Que evoca bravuras de nossos avós
lamborquebate Batuque batuque bate Tambor que bate Batuque batuque bate tambor
que bate toque de reunir Todos os irmãos
De todas as cores Sem distinção..."

O poema acima retrata um dos mais belos poemas chamado de “Batuque” escrito por Carlos De Assumpção.
Visando mostrar os sentimentos de um negro o autor compara o tambor que é diversas vezes citado, com o coração cheio de vontades de viver livre. Mostra também em pequenos versos como a tradição das cores e das suas culturas está apregoado em volta desse enorme sentimento.
Esse sentir existente demonstra com bastante clareza o quanto eles são fortes lutadores que desde o inicio travarão diversas guerras não baixando a guarda de modo algum, jamais desistindo de sonhar.
Pode-se também destacar que o desejo deles era que todos vivessem em união, respeitado cada raça igualmente, sem nenhum tipo de preferência que inferiorizasse e preconcetue o seu próximo deixando constrangido.
Tinham eles sofrido diversas vezes apanhado, chicoteado, zombado e enfim escravizada por algumas pessoas que achavam superiores, mas ainda assim em meio a tanta dor, um sentimento habitava dentro deles, sentimento esse tão puro que poucos os têm o privilegio de senti-lo verdadeiramente, que os rodeavam junto a outros sentimentos, porém o principal deles e o amor.
 
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