terça-feira, 1 de novembro de 2011

LINHAGEM



Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Me envia mensagens do orum
Meus dentes brilham na noite escura
Afiados como o agadá de Ogum
Eu sou descendente de Zumbi
Sou bravo valente sou nobre
Os gritos aflitos do negro
Os gritos aflitos do pobre
Os gritos aflitos de todos
Os povos sofridos do mundo
No meu peito desabrocham
Em força em revolta
Me empurram pra luta me comovem
Eu sou descendente de Zumbi
Zumbi é meu pai e meu guia
Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim
Eu trago os duros punhos cerrados
Cerrados como rochas
Floridos como jardins


Comentário: No poema "Linhagem" (acima), através do verso "Eu sou descendente de Zumbi", o poeta evoca uma ancestralidade que tem a ver com a trajetória de batalhas dos afro-descendentes no Brasil. Uma trajetória cujas raízes remontam a Palmares e ao guerreiro que melhor simbolizou a trajetória do quilombo, e que atualmente consta do panteão oficial dos heróis brasileiros.

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